Em qualquer conversa sobre armas de fogo, quando se discute sobre esta ou aquela pistola, o nome “Glock” sempre aparece, seja essa conversa feita entre leigos ou profissionais de segurança publica. Na verdade o nome Glock é sem duvida nenhuma, o primeiro nome que vem a cabeça quando se pensa em pistolas semi-automaticas nos dias de hoje.
A Glock é uma empresa austríaca que iniciou suas atividades em 1963, quando os produtos se limitavam a itens de metalurgia e de plástico como, por exemplo, facas, e coldres que eram fornecidos ao exercito austríaco. Porém em 1980 o exercito austríaco abriu uma concorrência para a aquisição de uma nova pistola de porte para seus militares. Entre os requisitos estavam que essa pistola deveria ser em calibre 9 mm parabellum, ter capacidade para, pelo menos, 8 cartuchos, sem ambidestra, poder ser desmontada sem nenhuma ferramenta, ter menos que 58 peças que poderiam ser trocadas sem maiores ajustes e ainda ser capaz de disparar 10000 tiros apresentando, no maximo, 20 falhas. O exercito da Áustria chamava a pistola desta licitação de “P-80”. O Sr Gaston Glock, proprietário da famosa fabrica, fez uma pesquisa com diversos especialistas do segmento de segurança publica, militares e atiradores civis para coletar informações do que seria a pistola ideal. Após 6 meses, s Sr Glock apresentou sua pistola que deveria ser posta para avaliação do exercito austríaco e verificar se esta preenchia as duras exigências operacionais daquela força. Esta nova pistola foi batizada de Glock 17, o que pode ser chamada de a “mãe” das pistolas Glock.
Acima: Uma Glock 17 no modelo original, ainda sem o trilho de acessorios, com uma mira laser montada a frente do guarda mato. Uma solução engenhosa dado a dificuldade de acoplamento de acessorios nesses modelos iniciais da Glock.
A Glock 17 passou pelo teste do exercito da Áustria e falhou uma única vez em ejetar um estojo deflagrado durante 10000 tiros disparados em 5 horas onde vários atiradores se revezaram para manter a arma atirando ininterruptamente. Outros testes bastante “provocativos” como mergulhar a pistola em água salgada, enterrada na lama com o ferrolho aberto, expor a arma a temperaturas congelantes de 24 º a baixo de zero, foram executado na Glock 17, tendo ela passando com louvor por todo esse “inferno” avaliativo.
Em 1983 a Glock 17 foi, oficialmente, adotada pelo exercito austríaco e a partir daí a “pistola de plástico” como a mídia a chamava passou a ser o centro das atenções em muitas conversas entre apreciadores de armas. Vale aqui lembrar que a Glock não foi a primeira pistola a usar plástico (Polímero) em sua construção. Na verdade a primeira arma com essa característica foi uma pistola famosa Heckler & Koch chamada VP-70, uma arma dos anos 60 que além do material avançado, também era mecanicamente avançada usando um sistema de operação exclusivamente em ação dupla. Bom... voltando para o foco deste artigo, a popularíssima pistola Glock, acabou entrando no mercado norte americano, o mais concorrido do mundo, devido a liberdade que o cidadão de bem possui naquele país para adquirir armamentos. O sucesso do modelo naquele mercado foi sensacional. Simplesmente um “best seller” em termos de vendas. Fora isso, muitos departamentos de policias nos Estados Unidos, assim como agencias do governo, começaram a adquirir as pistolas Glock em suas diversas versões.
Aqui podemos ver uma Glock 22 em calibre 40 S&W com uma lanterna acoplada ao trilho da armação. Esse trilho é uma caracteristica das Glocks mais recentes, pois originalmente não havia esse item.
DIVERSIDADE DE MODELOS?
A pergunta acima é bastante valida. A Glock possui hoje exatos 21 modelos de pistolas. Porém todos os modelos são muito parecidos entre si, tendo como maior diferença as dimensões de cano e da armação, para adaptar aos calibres diferentes. Os modelos 17 em 9 mm, 20 em calibre 10 mm, 21 em calibre 45 ACP, 22 em calibre 40 S&W, a Glock 31 em calibre 357 sig e o modelo 37 em calibre 45 GAP são os modelos “standard”, com cano 4,5 polegadas. Os modelos compactos com canos de 4 polegadas são o 19 em calibre 9 mm, o 23 em calibre 40 S&W, o 25 em calibre 380 ACP (disponível para o civil brasileiro), o 32 em calibre 357 sig e o modelo 38 em calibre 45 GAP. Os modelos ultracompactos, cujo cano é de apenas 3,45 polegadas são o 26 em calibre 9 mm, o 27 em calibre 40 S&W, o 28 em calibre 380 ACP( também disponível para o civil brasileiro), o 29 em calibre 10 mm, o 33 em calibre 357 sig, o 39 em calibre 45 GAP. Ainda há um modelo ultracompacto e mais fino que as demais para possibilitar um porte dissimulado maximo que é o modelo 36 em calibre 45 GAP. Para competições de tiro pratico a Glock tem dois modelos que são conhecidos por Glock 34 em calibre 9 mm e o modelo 35 em calibre 40 S&W. Esses modelos de competição são usados para fins táticos também e sua característica principal é um cano mais longo que o modelo standard chegando a um comprimento de 5,3 polegadas.
Outro modelo especial que ainda não mencionei é a Glock 18, uma pistola com seletor de tiro capaz de disparar até 1200 tiros por minuto. Esse modelo, em calibre 9 mm, usa um carregador especial de 33 tiros. Seu uso é voltado para situações em ambiente fechado e com alvos a curta distancia dada a maior dificuldade de controle da arma durante as rajadas de tiro.
DISTINGUINDO-SE DA CONCORRÊNCIA.
A Glock tem diferenças que vão do desenho as suas funcionalidades quando comparadas com pistolas tradicionais. De cara o que chama a atenção quando se vê uma Glock é a ausência de travas externas nos lugares comuns, como na parte posterior e acima da lateral do ferrolho. Na verdade, a tecla de trava fica no próprio gatilho dando um aspecto de “gatilho duplo” à Glock. Ao se posicionar o dedo no gatilho, se pressiona essa tecla de segurança que desabilita a trava do percurtor (agulha em termos mais simples), arma o mesmo e libera uma trava do próprio gatilho. Se essa tecla não for pressionada, e a Glock for arremessada, jogada, impactada, não haverá disparo acidental pois o sistema mantém todo o mecanismo de disparo seguro. O sistema de trava no gatilho é chamado de “Safe Action” pelo fabricante e sua tradução é “ação segura”. Outra característica das pistolas Glocks é a ausência do “cão” na arma ou “martelo”. A Glock não tendo esse dispositivo, não pode disparar em ação simples, sendo que em caso de ocorrer uma falha na ignição do cartucho, não haverá a possibilidade de se engatilhar a arma com o dedão da mão, sendo assim, necessário manusear o ferrolho para que se libere a câmara da arma da munição falha e se colocando um novo cartucho na câmara. O ferrolho, por sua vez tem acabamento oxidado com um tratamento chamado de teneferização ou acabamento Tenifer, que segundo o fabricante, torna as peças assim tratadas, tão duras quanto diamante ou seja, quase indestrutíveis. A armação é em polímero (um tipo de plástico de alta resistência) assim como todas as peças que não sofram pressões do processo de disparo. O uso do plástico em sua construção permitiu uma significativa redução do peso da Glock em relação as pistolas tradicionais de aço ou duralumínio.
As pistolas Glock dos modelos 31 /32/ 33 usam o potente calibre 357 Sig. Esse calibre é uma adaptação de um cartucho de munição 40 S&W para poder calçar um projétil em calibre 9 mm. O resultado é uma munição em forma de garrafinha (como nos fuzis) e extremamente potente, tanto que os dados balisticos são similares a o do 357 magnum.
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